Homem que matou esposa e forjou o suicídio dela vai a júri popular no litoral de SP; veja
- 11/09/2025

Homem que matou esposa e forjou o suicídio dela volta à prisão após ser liberado para responder processo em liberdade em Santos (SP) Reprodução e Reprodução/Redes Sociais Emílio Carlos Alves Ramos, acusado de matar a esposa por estrangulamento e forjar o suicídio no apartamento do casal, em Santos, no litoral de São Paulo, será julgado em Júri Popular na próxima quarta-feira (17), às 13h, no Fórum da cidade. O crime ocorreu em abril de 2022 e, meses depois, a Polícia Civil descobriu a tentativa de ocultar o homicídio. Ele está preso. Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi encontrada morta no imóvel, na Vila Mathias. À época, Emílio acionou a polícia, alegando ter encontrado o corpo e afirmando que a esposa enfrentava um quadro depressivo. A princípio, o caso foi tratado como suicídio, mas a investigação levou o caso para homicídio com três qualificadoras: feminicídio, asfixia e violência doméstica, além de fraude processual. Emílio foi preso em junho de 2023, e chegou a ser solto pela Justiça em 3 de maio de 2024. Cerca de uma semana depois, a Justiça acolheu um pedido do Ministério Público (MP) para que ele fosse preso novamente, alegando periculosidade. Sobre o caso Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi dada como morta por suicídio em abril do ano passado em Santos, SP Reprodução/Redes Sociais Segundo o boletim de ocorrência, registrado como morte suspeita, Camila foi encontrada na sala do apartamento com um pano enrolado no pescoço. A morte foi constatada pelo Samu, acionado ao imóvel onde ela morava com o marido, de 40 anos, na Avenida Ana Costa, Vila Mathias, em Santos. Emílio relatou à polícia que saiu para trabalhar e trocou mensagens com a esposa, mas, por conta da rotina, não conseguiu acompanhar o celular. Ao fim do expediente, notou que ela não havia respondido. Ao chegar em casa, encontrou o corpo caído de bruços com o pano no pescoço. O homem disse que tentou retirá-lo e realizou manobras cardíacas, sem sucesso. Ele informou ainda que a mulher enfrentava depressão e fazia uso de zolpidem. Morte forjada À época, o delegado Marcelo Gonçalves, do 2º DP de Santos, afirmou que os laudos indicaram marcas no corpo da vítima causadas em três datas: 6, 15 e 16 de abril de 2022. A última, de quando ela foi encontrada morta. Segundo ele, a versão do marido não se sustentava. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima estava sob efeito de álcool e zolpidem, medicamento que induz o sono. Gonçalves relatou que, durante o interrogatório, o homem admitiu que a esposa ficava “grogue” sob o efeito da substância. O delegado questionou como alguém nessa condição teria força para causar tantas lesões e ainda cometer suicídio, mas não obteve resposta. O perito responsável pela ocorrência também não encontrou nenhum objeto compatível com as lesões. "No nosso entendimento, o pano não foi utilizado, foi usado outro instrumento para o estrangulamento", disse o delegado na ocasião. Homem acusado de matar esposa e forjar suicídio retorna à prisão A delegada titular do 2° DP, Déborah Lázaro, enfatizou ao g1 que a investigação foi longa e trata-se de um caso diferenciado. Segundo ela, a situação foi tratada como um suicídio e, depois, descobriu-se um feminicídio através de confronto de depoimentos e declarações. Os próprios laudos, de acordo com ela, foram analisados com mais rigor e descobriu-se discrepâncias nas lesões suportadas pela vítima. "[Ela] sofria de depressão e tomava medicamentos controlados. Falou-se também das quedas que ela sofria dentro de casa só que o inquérito policial teve um novo olhar, uma investigação mais apurada. [...] representamos pela prisão temporária [do marido] que foi cumprida", disse a delegada. Crime ocorreu em abril do ano passado no prédio onde o casal morava na Avenida Ana Costa, no bairro Vila Matias, em Santos, SP Brenda Bento/g1 VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
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